quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O cruzamento certo para produzir caprinos de leite e de corte

caprino sem raçaA caprinocultura é considerada uma atividade de grande importância para o semiarido brasileiro, pois proporciona aumento de emprego e geração de renda, além de contribuir para a redução do êxodo rural e para o desenvolvimento da agricultura familiar. Segundo dados da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral/CE), a produção de caprinos em regiões semiaridas está entre as melhores alternativas para a agricultura familiar no sertão nordestino, uma vez que a região apresenta o correspondente a 93% dos rebanhos caprinos no país, cerca de 8,8 milhões de cabeças.
São rebanhos constituídos, em sua maioria, por animais Sem Raça Definida (SRD), que adquiriram rusticidade e adaptabilidade ao longo do tempo, porém, perderam a produtividade quando comparados aos animais exóticos introduzidos no país por criadores de caprinos. Contudo, a pecuária caprina continua contribuindo para o desenvolvimento do semiárido.
O pesquisador da Embrapa Caprinos, Raimundo Nonato Lobo, explica que o rebanho nativo ou SRD pode ser usado em cruzamentos com raças importadas de linhagem mais pura. Como resultado, nascem animais meio sangue, rústicos e que não apresentam problemas de adaptação à região. Além disso, são mais produtivos do que aqueles de raça mais pura.
Para a produção de carne, por exemplo, o criador pode cruzar fêmeas SRD com machos de raças de origem européia ou africana e obter um animal mestiço mais vigoroso, com maior produtividade e qualidade de carne. Esse tipo de cruzamento tem por finalidade a produção industrial, ou seja, os animais não podem ser usados como reprodutores, somente para o abate.

Já o cruzamento de caprinos para a produção de leite exige mais de cuidados por parte do produtor. Primeiro, o produtor deve escolher fêmeas nativas ou SRD que tenham uma produção razoável de leite. Depois, ele deve acasalar essas fêmeas com reprodutores, por exemplo, das raças Saanen, Pardo Alpina, Toggemburg e Anglo-nubiana, linhagem leiteira. Os animais meio sangue, nascidos desses cruzamentos possuem maior especialidade produtiva, ainda com certa rusticidade e adaptabilidade ao meio ambiente hostil do semiarido nordestino.

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