segunda-feira, 16 de outubro de 2017


Água no campo

ODS 13: mulheres e jovens em prol do uso consciente da água no campo

No semiárido, o sol forte e a falta de água, atinge diretamente a rotina dos agricultores e suas produções.
As mudanças climáticas são uma realidade em todo o planeta e o combate a esse fenômeno não poderia ficar de fora dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a agenda 2030. A temática é retratada no ODS 13. Para combater e amenizar esses efeitos, os agricultores familiares têm tido um papel fundamental, colocando em prática novos comportamentos, como a captação de água da chuva e produções agroecológicas.

No semiárido, o sol forte e a falta de água, atinge diretamente a rotina dos agricultores e suas produções. Na seca, se torna indiscutível que as questões sobre água merecem destaque e atenção. É justamente pensando no cuidado com esse bem, que o Projeto Água Fonte de Vida, Saúde e Produção: Saberes e Fazeres das Mulheres no Território do Sisal (Projeto Margaridas) vem envolvendo jovens, estudantes do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) e mulheres rurais em torno da temática nas comunidades Alto Alegre e Canto, município de Serrinha-BA
Promovido pelo IF Baiano e executado em parceria com o Laboratório de Políticas Públicas, Ruralidades e Desenvolvimento Territorial (LaPPRuDes) – IF Baiano Campus Serrinha, o projeto tem o objetivo de promover o empoderamento de mulheres, por meio de oficinas, debates, rodas de conversas e intercâmbios de experiências, abordando agroecologia e educação ambiental.
As jovens, junto com a coordenação do projeto, efetuam um exercício pedagógico de empoderamento de agricultoras sobre as questões do acesso à água, consolidação da cidadania e autonomia. Bruna Santana é uma das setes estagiárias e estudante do curso Técnico Integrado a Agroecologia que atua no projeto. A jovem não esconde o orgulho de relatar sua experiência com as mulheres no campo, o que para ela não foi só um aprendizado profissional, mas um aprendizado para a vida.   

Segundo Bruna, muitos açudes da região secaram e a educação ambiental e técnicas sociais de captação de água precisavam ser fortalecidas na pauta da comunidade. “A gente tem uma noção que a seca é natural e sempre existiu mas foi agravada devido ao desmatamento. Educação ambiental é perceber como a gente pode contribuir para amenizar isso”, afirma a jovem.
Atitudes, como a captação de água e o combate ao desperdício passaram a fazer parte do dia a dia das produtoras. Foram realizadas ações que envolveram a captação de água da chuva, com cisternas de consumo e produção; questões de gênero; convivência com o semiárido; agroecologia; e educação ambiental.
Na experiência do projeto, destaca-se o empoderamento das mulheres em torno das questões de acesso a água, consolidação da cidadania e autonomia feminina, que segundo as jovens participantes, são preservadas e remetidas às questões agroecológicas, ambientais, sociais e históricas. “Como a professora afirmava para gente, o nome do projeto é água, mas envolve outras coisas. Quando a gente fala da mulher tem toda uma questão social em torno dela, pois as mulheres ainda são desfavorecidas e muitos veem o seu trabalho como uma ajuda no campo”, comenta Bruna.

Jovem, mulher, e do campo, Bruna ressalta o impacto do projeto não só na vida das agricultoras e no meio ambiente, mas também, na vida dela mesma. “O contexto de intervenção social em que as mulheres estão inseridas me completou enquanto cidadã, uma vez que mecanismos como oficinas e intercâmbios de experiência estão sendo elementos essenciais na consolidação da minha identidade”, destaca. A estudante ainda completa: “hoje me reconheço enquanto mulher do campo. Além disso, os trabalhos realizados na comunidade vem proporcionando a desconstrução sociopolítica, cultural e histórica dos estereotípicos femininos enraizados até então na sociedade”.
15 dias de ativismo
No marco da campanha internacional #MujeresRurales, mujeres con derechos, o Brasil participa da iniciativa: “15 dias de ativismo pelo empoderamento das mulheres rurais”. A ideia é difundir os principais ODS a forte ligação da atuação da mulher rural para o cumprimento dos temas. 

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