terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Doença silenciosa avança entre o rebanho brasileiro e preocupa criadores


O aumento de casos da tripanossomose bovina no país coloca os criadores e técnicos em alerta. Em várias regiões de diversos estados como, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Goiás, vêm ocorrendo os surtos da doença. Nestes casos, normalmente há surgimento abrupto com mortalidade de animais, grandes perdas de produção e produtividade. Entretanto, a doença uma vez instalada na fazenda ou região, pode permanecer silenciosa, e se espalhar sorrateiramente pelos rebanhos, causando inúmeros prejuízos econômicos, não só por conta da perda de animais, mas principalmente pela queda na produção de carne e de leite.
“Diversos dados sobre o tema indicam diminuições de até 47% no volume de leite produzido. Além disso, esses prejuízos são somados à baixa eficiência reprodutiva, perda de peso e falta de recuperação completa dos animas que adoecem, o que reduz drasticamente o valor de mercado dos mesmos”, explica o Gerente de Serviços Técnicos de Pecuária de Corte da Ceva Saúde Animal, Marcos Malacco.
Nos bovinos, a doença é causada por protozoários da espécie Trypanosoma vivax. Há grande destruição de hemácias (células vermelhas do sangue), ocorrendo severa anemia, febre (hipertermia), sintomatologia neurológica (dificuldade em andar, tremores musculares), cegueira, imunossupressão, entre outros sintomas que podem levar os animais a óbito em um curto espaço de tempo.
Em nosso meio, a Tripanossomose é transmitida apenas mecanicamente, ou seja, não há vetor biológico dos parasitos. Os principais invertebrados vetores mecânicos da doença em nosso meio são as moscas dos estábulos (Stomoxys calcitrans) e as mutucas (tabanídeos). Também há outras formas de transmissão. “O uso concomitante de agulhas, seringas, bisturis, canivetes, etc., que entram em contato direto com o sangue de animais contaminados, com doença clínica ou crônica, e depois em outros bovinos saudáveis é forma importante de transmissão da doença. Um problema que vem ocorrendo frequentemente em nosso meio é a presença de animais com a tripanossomose subclínica ou crônica, ou seja, sem manifestação clara de sinais clínicos e a sintomatologia da doença. Estes animais permanecem portadores de tripanosomas no rebanho e servem de fonte de infecção para os outros animais do rebanho. Também o comércio de animais sem a realização de sorologia diagnóstica contribui para a propagação da parasitose”, explica Malacco.
O parasito, após infectar os animais pode se esconder em tecidos ou sistemas do organismo de difícil acesso ao sistema imunológico, o que possibilita que chegue a corrente sanguínea e faça com que o bovino infectado sirva de reservatório para transmissão mecânica para o restante do rebanho.
Como apresenta sintomas difusos, a detecção da enfermidade dever ser feita através de exames laboratoriais. Entre as opções, estão a pesquisa da presença do parasito no sangue dos animais com as técnicas de esfregaço sanguíneo, Técnica de Woo e avaliação de gota de sangue entre lâmina e lamínula (gota espessa). “Estes exames necessitam da observação no microscópio e são válidos apenas quando o animal apresenta grande número de parasitos no sangue (parasitemia), o que coincide com o pico da doença clínica. Outra forma de identificar a doença é buscar a presença de anticorpos contra a enfermidade, estes testes são válidos algumas semanas após o pico da parasitemia”, explica Malacco.

Para enfrentar os desafios impostos pela doença, a Ceva Saúde Animal desenvolveu o Vivedium®, único medicamento realmente eficaz contra a doença registrado e licenciado pelo MAPA no país.

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